A devastação da natureza

Anton Pannekoek[1]


Há numerosas reclamações na literatura científica sobre a crescente devastação de florestas. Mas não
 é só o carinho que todo amante da natureza tem pelas florestas que deve ser levado em consideração. Há também interesses materiais importantes, aliás, interesses vitais da humanidade. Com o desaparecimento das florestas abundantes, países conhecidos na Antiguidade por sua fertilidade, que eram densamente povoados e famosos como celeiros para as grandes cidades, se tornaram desertos de pedra. Raramente chove, exceto como tempestades diluvianas que levam embora a camada de húmus que a chuva deveria fertilizar. Onde as florestas de montanha foram destruídas, enxurradas alimentadas pelas chuvas de verão fazem com que enormes massas de pedra e areia rolem abaixo, entupindo os Alpes, derrubando florestas e devastando vilarejos cujos habitantes são inocentes, “porque o interesse individual e a ignorância destruíram a floresta e as nascentes no alto vale”.

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